domingo, 10 de junho de 2012

Dia das Mães Tuiuti 2012

 O dia 06 de maio de 2012 marcou não somente o Dia das Mães no Palácio Tuiuti. Mas a primeira vez em que as Lojas que o tem como sede promoveram uma celebração juntas, em condomínio.


 O resultado não poderia ter sido melhor. Em um ambiente de alegria, mesa farta e música ao vivo, os Irmãos das Lojas Estrela da Guanabara, Nova Era, Lazaro Zamenhoff e União Escosseza confraternizaram, em meio a um grande número de convidados, entre familiares e amigos.


 As crianças ganharam um pula-pula para brincar sob supervisão e com toda segurança. Quantos aos demais, ganharam muito o que recordar. Já pensando, claro, na próxima festa...






              Veja as Fotos do Dia das Mães Tuiuti 2012

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Álbum Agosto/2011

Algumas fotos da Iniciação de 13/08 e da visita às Lojas do Condomínio Pedregulho/São Cristóvão, em 19/08:

Álbum de Fotos Agosto /2011

166 e Contando...

No dia 03 de setembro de 2011, a LUE comemorou mais um aniversário. Na ocasião, foi reexibido o documentário sobre sua história, produzido pelo Ir. Carlos Bruno C. Vinhais. Diante dos convidados, dentre Irmãos, Cunhadas, Sobrinhos e Familiares, foram homenageados os Veneráveis-Mestres das Lojas co-Irmãs Nova Era e Estrela da Guanabara. O ponto alto? Difícil dizer. Nosso zelador e "faz-tudo", Cláudio, diria que foi o ágape. E, talvez, apesar da beleza da festa, diante de tanta comida gostosa, a maioria esteja com ele nessa!

Segue o link para o álbum de fotos do dia:

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A História da LUE

A Fundação



O ano de 1848 foi, por muito tempo, considerado o de fundação da Loja União Escosseza. Equívoco inevitável. Uma vez que tal informação constava do "Brevê Constitutivo" - documento conferido pelo Supremo Conselho do GOB* - Foi a partir de 1848 que o GOB começou a expedir as "Cartas Patentes" (atuais "Cartas Constitutivas") para o funcionamento das Oficinas. O que induziu a crer ter sido esse o ano inaugural da Loja.

Antigos documentos revelados pelo Ir. Kurt Prober - reconhecidamente um dos maiores historiadores maçônicos brasileiros e membro da LUE - atestam que a correta data de fundação (ou refundação*) da Loja União Escosseza, na Cidade do Rio de Janeiro, é 02 de setembro de 1845. Tanto assim que 1845 foi justamente o ano da iniciação do Ir. Luis Alves de Lima e Silva, então "Conde de Caxias", no Quadro da Loja.

*À época, também conhecido como "Conselho do Conde de Caxias" ou "Conselho do Passeio", em alusão à rua na qual tinha sua sede;

*Relato da parte do Irmão do Quadro da Loja, Alfredo Nogueira da Costa, datado de 1902, sugere ser a LUE ainda mais antiga. De acordo com o mesmo, a Oficina teria surgido a partir de iniciativa de trabalhadores da Estrada de Ferro do Oriente de Jundiaí, no Estado de São Paulo. Trabalhos encerrados, a Oficina teria sido reaberta pouco tempo depois, no Oriente fluminense;

Local de Fundação

Pressupondo 1845 como ano de sua fundação, a LUE iniciou seus trabalhos no então "Vale do Sabão", atual rua General Câmara, esquina com a rua do Regente, no Município do Rio de Janeiro.
Seu primeiro Venerável-Mestre foi o Ir. Francisco Joaquim Cattete. Assim como Caxias, foi um dos fundadores do "Grande Oriente do Passeio", em 1845.

As gestões seguintes, para os respectivos períodos de 1846/1847 e de 1847/1848, tiveram como Veneráveis os Irmãos: Domingos Pinto Lacerda e José Augusto Nascentes Pinto. A Gestão de Nascentes Pinto celebrou o primeiro "Venerável-Mestre de Honra" da LUE: o Ir. Cattete (primeiro Venerável). Contava ainda com o Ir. Hermes da Fonseca em sua administração, investido no cargo de Primeiro Vigilante.

Cadastro e Rito

 Muito embora ostente atualmente o No. 105, registros da Loja, bem como do GOB, sinalizam que a União Escosseza, ao longo de sua história, já tenha possuído outros dois números de cadastro: "59" e "104".

Quanto ao Rito adotado, de origem, foi o Rito Escocês Antigo e Aceito, ainda praticado pela Oficina. Apesar da tradição, durante período de 45 anos - entre janeiro de 1927 e julho de 1972 - por razões de ordem estritamente política, funcionou a Loja de acordo com o Rito Francês ou Moderno*.

*Convém destacar que o retorno da LUE ao Rito Escocês Antigo e Aceito, em 1972, ano do Sesqüicentenário do GOB decorreu, em muito, do empenho do Ir. Adalberto Delicato, 80o Venerável-Mestre, em exercício no período compreendido entre 1969 e 1973. O feito foi alcançado através do Decreto No. 2.325, que outorga à LUE sua atual "Carta Constitutiva"...

Filiação ao GOB e Sede

Em 13 de agosto de 1853, a LUE deixou o "Grêmio de Caxias" (Grande Oriente Brasileiro) e começou a trabalhar no Vale do Lavradio, No. 97 - atual endereço do Palácio Maçônico do Lavradio, por décadas, sede do Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro - Ali a Oficina recebeu seu documento de filiação ao GOB, em 05 de abril de 1855. E ali permaneceu até o ano de 1995.

A transferência para o GOB pode ser debitada ao Ir. Manoel Ribeiro de Lemos, mais tarde agraciado com o título de "Venerável de Honra Perpétuo" da LUE. Em sua mudança para as novas instalações, no Lavradio, em 1853, a Oficina perdeu grande parte de seu acervo, inclusive algumas atas.

Pelo exposto, constatamos que a União Escosseza atuou no Palácio do Lavradio por cerca de 142 anos. Transferiu-se apenas em 02 de setembro de 1995, quando da sagração de seu próprio Templo, sito à rua Tuiuti, No. 230, no Imperial Bairro de São Cristóvão. A aquisição de uma sede própria representou ousado passo na evolução da Oficina. Nesse processo, merece destaque o Ir. Helcon Vieira Rodrigues.

Em 1997, a LUE passou a patrocinar o Capítulo Geoffroy De Charnay No. 303 da Ordem De Molay para o Brasil. Fraternidade para-maçônica dedicada à formação de jovens e dignos cidadãos. Alguns dos quais, vindo a ingressar como Maçons no Quadro da "Loja-Mãe".

Atualmente, o "Palácio da Tuiuti" abriga, além da LUE (e do Capítulo), outras Lojas - Nova Era, Estrela da Guanabara e Lazaro Zamenhof, por enquanto - dando origem a Condomínio Maçônico e fortalecendo ainda mais a Ordem, em São Cristóvão.

Destaque Político e Cultural

A Loja União Escosseza tem tradição de engajamento em movimentos políticos e culturais no Brasil, ao longo de sua história de 165 anos. Sempre em consonância com os Princípios Maçônicos e, quase sempre, demonstrando vocação humanista.

A LUE e a Sociedade

Passamos a enumerar alguns dos inúmeros episódios de atuação da LUE como verdadeiro agente histórico partícipe de importantes momentos da vida da Cidade e do País.

A consulta ao acervo centenário de atas indica, por exemplo que, entre 1870 e 1872, a Loja dispendeu quantias vultosas para o pagamento de "alforrias", com a conseqüente libertação de famílias inteiras de escravos. Destaque para os casos das crianças Martinho e Josepha e da escrava parda Rufina, uma das heroínas do movimento abolicionista. Esta, liberta mediante o pagamento de aproximadamente "novecentos e oitenta mil réis".

Em 1855, atendendo à convocação feita pelo Marquês de Abrantes, a LUE participou ativamente, através de seu Quadro, no auxílio à população do Rio de Janeiro, vítima de epidemia de cólera-morbus.
Em 1871, já promovia auxílio aos Irmãos do Quadro, em caso de enfermidade.

Em 1874, criou "Loja de Adoção Feminina", com aproximadamente 30 senhoras, acenando na direção de uma maior participação das mulheres na Sociedade.

Em 1893, foi responsável por iniciativa de vanguarda, ao assegurar o pagamento de pensão às Cunhadas viúvas. Anos antes da implementação da "Mútua Maçônica" e décadas antes da criação da Previdência Pública.

A LUE e a Maçonaria

A LUE está presente desde as origens do GOB, como exposto supra.

Não obstante o fato, destacaremos alguns exemplos de colaboração da Oficina para o fortalecimento da Maçonaria, no Rio de Janeiro e no Brasil.

De grande relevância foi a contribuição da LUE, ao longo de sua história. Em 1916, adquiriu uma tipografia, visando à criação de um colégio profissionalizante de nome "Escola Hiran". Posteriormente, foi a tipografia doada ao GOB, para a instalação da Oficina Gráfica da Escola Profissional Maçônica José Bonifácio.

Quando da aquisição, por parte do GOB, de sua sede na rua do Lavradio, participou a LUE com considerável quantia...

Quando das comemorações pelo Sesqüicentenário do GOB, durante a administração do Ir. Moacyr Arbex Dinamarco, assumiu a LUE a incumbência de reformar e decorar o Templo No. 8 do Palácio do Lavradio. Este, o primeiro "... feito em laje de cimento, com adornos, decorações e balaustrada confeccionados e doados pelos Irmãos do Quadro, só vindo a perder em beleza, posteriormente, para o "Templo Nobre", patrimônio da Maçonaria Brasileira...".

A LUE participou da administração do Asilo para Meninas do Instituto Macedo Soares.

Tomou parte, ainda, da fundação e gerência inaugural do Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro. Desde então, colabora com o mesmo decisivamente; muitas vezes emprestando membros para a composição de sua Administração.

No curso de sua história, dentre os inúmeros títulos, homenagens e moções a ela atribuídos, em reconhecimento aos seus bons trabalhos, foi a LUE condecorada como "Grande Benemérita", "Grande Benfeitora" e, ainda, com a Comenda "Cruz da Perfeição Maçônica".

O Quadro

Duque de Caxias, Hermes da Fonseca, Conselheiro Macedo Soares, Governador Celso Peçanha... Muitos foram os Irmãos ilustres cuja condição de membros é até hoje motivo de orgulho por parte daqueles que fazem parte da LUE.

Contudo, dentro da Fraternidade Maçônica, apesar das diferenças - e talvez graças a elas - são todos igualmente importantes. A Loja União Escosseza é resultado da contribuição de cada dos incontáveis Maçons que integraram - e integram - seu Quadro. Os nomes não importam. Porque eles não atuaram - e nem atuam - em busca do reconhecimento pessoal. O que importa são as obras. Estas permanecem e falam por si a respeito desses homens e de seu ideal.

A incrível marca de 165 anos de atividade não é passível de ser alcançada por qualquer instituição brasileira. Instituição civil. E, por "atividade", não nos referimos a mero funcionamento. Mas à atuação efetiva, levando à prática a filosofia maçônica, em benefício dos Irmãos e, sobretudo da Sociedade.
Uma Loja centenária, que atravessa três séculos - XIX, XX e XXI.

Uma Loja engajada, protagonista de importantes momentos para o desenvolvimento do País.

Uma Loja que se adapta, conservando a essência.

A LUE Hoje

Em setembro de 2010, durante o Veneralato do Ir. Celso Gama Mazzoni, a União Escosseza completou 165 anos. A comemoração coincidiu com as homenagens a seu Decano. O Irmão mais antigo do Quadro. O "Venerável-Mestre de Honra" José Correa que, ao completar 50 Anos de Ordem - e de Loja - recebeu do Grande Oriente do Brasil a "Ordem do Mérito de  Dom Pedro I".

O belo Passado da Oficina foi aplaudido, no Presente, por aqueles que, esperamos, haverão de construir um Futuro à altura dos feitos de outrora e das necessidades do Brasil atual.

O "Palácio da Tuiuti" será sede, não apenas de uma Loja; mas de um Condomínio Maçônico de Lojas, irmanadas e dedicadas a propósitos semelhantes. O Palácio continuará abrigando o Capítulo Geoffroy De Charnay, feliz projeto - que já contabiliza 15 anos - de difusão de Ética e Consciência. O Palácio espera voltar a abrigar as Cunhadas organizadas e a tornar-se um pólo de atração de pessoas dispostas, engajando-as em atividades em prol do desenvolvimento da Cidade, do País e de seus cidadãos.

Eis um breve resumo da Loja União Escosseza No. 105.



(Texto baseado no "Breve Resumo da História da LUE", publicado no "Boletim Especial Comemorativo" dos 160 Anos da Loja, de autoria do Ir. Aildo Virgínio Carolino).

domingo, 12 de setembro de 2010

165 + 50 = 215 Razões para uma Inesquecível Celebração

Onze de setembro de dois mil e dez.
A data entrou para a história da Loja União Escosseza.
Uma história de 165 anos. Marca alcançada por não muitas instituições civis brasileiras.
O aniversário por si justificava bela celebração, como a que se deu ao longo do sábado, no Imperial Bairro de São Cristóvão.
No entanto, havia mais.
O Irmão José Correa, do quadro da LUE foi igualmente festejado por seus recém completados 50 anos de Maçonaria. Todos e cada um deles, dentro e em prol da Loja União Escosseza No. 105, afiliada ao Grande Oriente do Brasil. Com a presença do Grão-Mestrado fluminense, ao querido Irmão, Decano e Venerável-Mestre de Honra da Loja, foi-lhe conferida a mais importante condecoração maçônica, no âmbito da Potência: a Ordem do Mérito de Dom Pedro I. Em mais de 200 anos de existência, somente cerca de 600 outros Maçons fizeram jus à tamanha honraria.


Além disso, as festividades reuniram pela primeira vez quatro das Oficinas que passam a trabalhar juntas no e pelo "Palácio Maçônico da Tuiuti": União Escosseza - a aniversariante do dia - Nova Era, Estrela da Guanabara e Lazaro Zamenhof.
Os 165 anos, o reconhecimento a Correa e a reunião da mais nova família maçônica foram coroados com a exibição de um vídeo indescritível, produzido pelo Irmão Carlos Bruno Cavalcanti (Fellini) Vinhais, trazendo em depoimentos de Irmãos, sons e imagens, digno registro sobre o comemorado. Algumas fotografias resgatadas e inéditas emocionaram e fizeram jus à festa.
Festa essa que ainda comportou o descerramento de placa comemorativa da data e, sobretudo, um delicioso e farto Ágape preparado pelo indefectível Cláudio.


Abaixo, segue o link para o álbum de fotos do evento.


E aqui, deixamos nossas congratulações à LUE por tudo que ela representa para seus filhos. Àqueles que contribuíram para a inesquecível celebração: Irmãos, Cunhadas, visitantes e, claro, os Sobrinhos de nosso sempre presente Capítulo Geoffroy De Charnay da Ordem De Molay.
Sem esquecer de nosso Irmão Celso Gama Mazzoni, atual Venerável-Mestre da Loja União Escosseza, ao qual agradecemos de coração pela ousadia e felicidade no planejamento e execução de um aniversário à altura do merecido.


Fotos do Aniversário de 165 da LUE e dos 50 Anos de Ordem do Ir. José Correa.

domingo, 15 de agosto de 2010

Simbolismo: Colunas - parte I





  "... Colunas são elementos arquitetônicos essenciais. Representam o eixo da construção, ligando seus diversos níveis. Suportes e sustentáculos, asseguram e simbolizam a solidez do edifício - seja arquitetural, social ou pessoal.

 Foi empurrando as colunas do templo de Dagon, que Sansão, prisioneiro dos filisteus, pôs abaixo o prédio, sacrificando-se para esmagar os inimigos de seu povo (Juízes, 16, 25/30).

  A Coluna - considerando sua base e seu capitel - simboliza a "Árvore da Vida": a base corresponde à raiz; o fuste, ao tronco; o capitel, à folhagem. A associação ao falo ereto remonta aos gregos antigos. O que parece explicar a atribuição a Ceres/Deméter, em algumas obras artísticas, de uma coluna e de um delfim, representando o mar e sua fecundidade.

  A verticalidade da Coluna associa o símbolo à afirmação do Self. O que dá sentido aos costumes de prosternação e de volta à posição ereta do corpo entre os homens ou face à representação do Sagrado. A Coluna dá vida ao edifício que sustenta e a tudo que ele significa. Foi a árvore, diga-se, que inspirou a concepção da Coluna. As colunas egípcias, por exemplo, são transposição, em pedra, de suportes vegetais. Tomavam emprestadas suas formas das palmeiras, dos papiros; com suas nervuras e movimento impetuoso para o alto. As dimensões relativas da Coluna variam segundo as necessidades da expressão simbólica. Um capitel, por exemplo, tomará tamanho desmesurado para representar as cabeças da deusa Hator. Ou os ábacos de forma vegetal ficarão desproporcionados, a fim de evocar um deus que dança.


  Na Tradição Céltica, a Coluna ou Pilar simboliza também o "eixo do mundo". E essa noção, próxima à concepção da "Árvore da Vida", pode ser encontrada nas metáforas recorrentes, que comparam heróis e guerreiros a "pilares de combate". A narrativa mitológica primordial irlandesa - a um só tempo Gêneses e Apocalipse - tem por título "Catch Maighe Tuireadh": "Batalha da Planície dos Pilares". Provável referência a monumentos megalíticos ou a heróis e guerreiros. Um antigo poema galês compara os quatro evangelistas aos "quatro pilares do mundo". Destaque-se também as Colunas do cavaleiro gigante angüípede (com pés em forma de serpente ou dragão) cujas representações são numerosas na Gália.

  No entanto, a Coluna também poderia ser tomada como símbolo do conhecimento, uma vez que contivesse o alfabeto. De acordo com a mística celto-ibérica, as Colunas são "letras de um alfabeto abstrato". Marwnad Ercwlf - antigo poeta galês, que se encontra no "Livro Vermelho de Hergest" - trata do Héracles celta - que os irlandeses chamavam Ógmios - e conta como Ercwlf erigiu quatro Colunas de igual altura, coroadas de ouro vermelho. Cada qual com cinco letras em si gravadas juntas continham o alfabeto de vinte letras dos bardos, conhecido sob o nome de Boibel Loth ("A Deusa Branca"). O nome das letras reportava à viagem celeste de Héracles; à sua morte, no monte Eta, na Tessália; aos seus poderes, na condição de juiz e fundador de cidade. Por volta do século IV aC, esse alfabeto teria substituído o de árvores "Beth-Luis-Niu", cujas letras se referiam ao assassínio sacrificial de Cronos pelas mulheres selvagens.


 A arte greco-romana também não restringe ao arquitetônico o papel da Coluna. Comuns são aquelas "volitivas" e "triunfais", rodeadas de relevos ou de inscrições gravadas e douradas, aludindo aos memoráveis feitos dos heróis. A "Coluna de Trajano", erigida à glória do Imperador, desenrola uma espiral de baixos-relevos, da base ao cimo, descrevendo em 115 cenas, os episódios mais notáveis de suas numerosas campanhas. Essas Colunas simbolizam as relações entre o céu e a terra, evocando, ao mesmo tempo, o reconhecimento do homem para com a divindade e a divinização de certos homens ilustres. Manifestam o Poder de Deus no homem e o poder do homem, sob a influência de Deus. 


  A Coluna simboliza o Poder que assegura a vitória e a imortalidade de seus resultados. Nos hinos homéricos, ela mantém e e compendia a ordem olímpica e o poder divino, ao mesmo tempo. 


 As "Colunas de Hércules"(ou Héracles) teriam sido erguidas pelo herói ao termo de sua viagem à África do Norte (Líbia, na Antigüidade), onde massacrou grande número de monstros, ao chegar a Tarters (atual Tânger). Uma delas ficava na África - o rochedo de Ceuta; a outra, na Europa, a rocha de Gibraltar. Destinavam-se, menos a assinalar os limites geográficos e separar os dois continentes que a reduzir a passagem de um para o outro, a fim de melhor separar a bacia do Mediterrâneo do oceano Atlântico e impedir, assim, os tubarões e monstros do oceano de franquear o Estreito de Gibraltar. É fronteira de proteção,que não se deve ultrapassar. Há outras Colunas, ditas igualmente "de Hércules", no Mar Negro, nas costas da Bretanha e ao longo da costa indiana. A Coluna simbolizaria, nesse caso, o "limite de proteção", além do qual o homem não deveria aventurar-se, pois Deus ali não exerceria seus poderes...


(continua)


(Chevalier, Jean & Gheerbrant, Alain. "Dicionário de Símbolos", José Olympio Editora)
  



Álbum Agosto/2010

Posse Ir. Celso G. Mazzoni