domingo, 15 de agosto de 2010

Simbolismo: Colunas - parte I





  "... Colunas são elementos arquitetônicos essenciais. Representam o eixo da construção, ligando seus diversos níveis. Suportes e sustentáculos, asseguram e simbolizam a solidez do edifício - seja arquitetural, social ou pessoal.

 Foi empurrando as colunas do templo de Dagon, que Sansão, prisioneiro dos filisteus, pôs abaixo o prédio, sacrificando-se para esmagar os inimigos de seu povo (Juízes, 16, 25/30).

  A Coluna - considerando sua base e seu capitel - simboliza a "Árvore da Vida": a base corresponde à raiz; o fuste, ao tronco; o capitel, à folhagem. A associação ao falo ereto remonta aos gregos antigos. O que parece explicar a atribuição a Ceres/Deméter, em algumas obras artísticas, de uma coluna e de um delfim, representando o mar e sua fecundidade.

  A verticalidade da Coluna associa o símbolo à afirmação do Self. O que dá sentido aos costumes de prosternação e de volta à posição ereta do corpo entre os homens ou face à representação do Sagrado. A Coluna dá vida ao edifício que sustenta e a tudo que ele significa. Foi a árvore, diga-se, que inspirou a concepção da Coluna. As colunas egípcias, por exemplo, são transposição, em pedra, de suportes vegetais. Tomavam emprestadas suas formas das palmeiras, dos papiros; com suas nervuras e movimento impetuoso para o alto. As dimensões relativas da Coluna variam segundo as necessidades da expressão simbólica. Um capitel, por exemplo, tomará tamanho desmesurado para representar as cabeças da deusa Hator. Ou os ábacos de forma vegetal ficarão desproporcionados, a fim de evocar um deus que dança.


  Na Tradição Céltica, a Coluna ou Pilar simboliza também o "eixo do mundo". E essa noção, próxima à concepção da "Árvore da Vida", pode ser encontrada nas metáforas recorrentes, que comparam heróis e guerreiros a "pilares de combate". A narrativa mitológica primordial irlandesa - a um só tempo Gêneses e Apocalipse - tem por título "Catch Maighe Tuireadh": "Batalha da Planície dos Pilares". Provável referência a monumentos megalíticos ou a heróis e guerreiros. Um antigo poema galês compara os quatro evangelistas aos "quatro pilares do mundo". Destaque-se também as Colunas do cavaleiro gigante angüípede (com pés em forma de serpente ou dragão) cujas representações são numerosas na Gália.

  No entanto, a Coluna também poderia ser tomada como símbolo do conhecimento, uma vez que contivesse o alfabeto. De acordo com a mística celto-ibérica, as Colunas são "letras de um alfabeto abstrato". Marwnad Ercwlf - antigo poeta galês, que se encontra no "Livro Vermelho de Hergest" - trata do Héracles celta - que os irlandeses chamavam Ógmios - e conta como Ercwlf erigiu quatro Colunas de igual altura, coroadas de ouro vermelho. Cada qual com cinco letras em si gravadas juntas continham o alfabeto de vinte letras dos bardos, conhecido sob o nome de Boibel Loth ("A Deusa Branca"). O nome das letras reportava à viagem celeste de Héracles; à sua morte, no monte Eta, na Tessália; aos seus poderes, na condição de juiz e fundador de cidade. Por volta do século IV aC, esse alfabeto teria substituído o de árvores "Beth-Luis-Niu", cujas letras se referiam ao assassínio sacrificial de Cronos pelas mulheres selvagens.


 A arte greco-romana também não restringe ao arquitetônico o papel da Coluna. Comuns são aquelas "volitivas" e "triunfais", rodeadas de relevos ou de inscrições gravadas e douradas, aludindo aos memoráveis feitos dos heróis. A "Coluna de Trajano", erigida à glória do Imperador, desenrola uma espiral de baixos-relevos, da base ao cimo, descrevendo em 115 cenas, os episódios mais notáveis de suas numerosas campanhas. Essas Colunas simbolizam as relações entre o céu e a terra, evocando, ao mesmo tempo, o reconhecimento do homem para com a divindade e a divinização de certos homens ilustres. Manifestam o Poder de Deus no homem e o poder do homem, sob a influência de Deus. 


  A Coluna simboliza o Poder que assegura a vitória e a imortalidade de seus resultados. Nos hinos homéricos, ela mantém e e compendia a ordem olímpica e o poder divino, ao mesmo tempo. 


 As "Colunas de Hércules"(ou Héracles) teriam sido erguidas pelo herói ao termo de sua viagem à África do Norte (Líbia, na Antigüidade), onde massacrou grande número de monstros, ao chegar a Tarters (atual Tânger). Uma delas ficava na África - o rochedo de Ceuta; a outra, na Europa, a rocha de Gibraltar. Destinavam-se, menos a assinalar os limites geográficos e separar os dois continentes que a reduzir a passagem de um para o outro, a fim de melhor separar a bacia do Mediterrâneo do oceano Atlântico e impedir, assim, os tubarões e monstros do oceano de franquear o Estreito de Gibraltar. É fronteira de proteção,que não se deve ultrapassar. Há outras Colunas, ditas igualmente "de Hércules", no Mar Negro, nas costas da Bretanha e ao longo da costa indiana. A Coluna simbolizaria, nesse caso, o "limite de proteção", além do qual o homem não deveria aventurar-se, pois Deus ali não exerceria seus poderes...


(continua)


(Chevalier, Jean & Gheerbrant, Alain. "Dicionário de Símbolos", José Olympio Editora)
  



Álbum Agosto/2010

Posse Ir. Celso G. Mazzoni

sábado, 14 de agosto de 2010

Calendário

Agosto


Dia 18 - Sessão Ordinária
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Apresentação: LUE chega a Internet






A Loja União Escosseza chega a Internet

São 165 anos de história. Sempre renovando-se, em sintonia com as transformações do mundo e do País. Transformações essas pelas quais, muitas vezes, é co-responsável.

A página da LUE, a partir de hoje, será, a um só tempo, (mais um) instrumento de comunicação entre a Oficina e a Sociedade. Um meio de divulgação de seu trabalho. E um veículo de contacto entre aquela e o mundo profano.

A Maçonaria reúne homens, independentemente de classe social, cor da pele, credo, preferência política... Em comum, a crença em um Ser Supremo - Deus, seja por qual nome nos refiramos a Ele - e a predisposição a ver no próximo um Irmão e na realidade material, um canteiro de boas obras.

A Loja União Escosseza - LUE - tem sua sede, atualmente, no Imperial Bairro de São Cristóvão, cidade do Rio de Janeiro. Reúne-se às quartas-feiras, a partir das 19h.


"Quão bom é que os Irmãos vivam em UNIÃO...", Salmos.